segunda-feira, 13 de abril de 2009

Transferência de Embriões Como Ferramenta para Aumentar a Taxa de Prenhez em Vacas sobre stress calórico

Uma das causas da infertilidade de verão são os efeitos letais da elevação da temperatura corporal sobre o oócito e o embrião. Uma das características do desenvolvimento embrionário é a maior resistência à medida que o embrião se desenvolve. Assim, o stress calórico no dia seguinte à inseminação pode impedir o desenvolvimento embrionário, enquanto este mesmo stress aos sete dias tem pouco efeito sobre sua sobrevida. O uso de transferência de embriões para melhorar a fertilidade durante o verão baseia-se no fato de que os embriões são tipicamente transferidos para o útero da receptora no dia 7-8 após o estro, um momento em que este embrião já superou o período de maior suscetibilidade a temperaturas elevadas. Além disso, os efeitos do stress calórico sobre o oócito são evitados, pois os embriões a serem transferidos são aqueles derivados de oócitos de qualidade suficiente para gerar
embriões transferíveis. Os embriões também podem ser produzidos nos meses mais frescos do ano, quando os oócitos não estão suscetíveis ao dano pelo calor e congelados até a transferência durante o verão. As taxas de prenhez em vacas em lactação expostas a stress calórico podem ser aumentadas através da inseminação artificial. A fonte do embrião, entretanto, tem um importante efeito sobre a taxa de sucesso desta prática. Os melhores embriões a serem transferidos e com maior possibilidade de gerar uma prenhez bem sucedida são os obtidos por superovulação. Neste procedimento, as vacas doadoras são tratadas com múltiplas injeções de hormônio folículo-estimulante para induzir o crescimento e a ovulação de múltiplos folículos. A transferência de embriões frescos (não congelados) de vacas superovuladas para receptoras submetidas a stress calórico resulta em aumento da taxa de prenhez de 13,5% com inseminação artificial para 29,2 % com a transferência de embriões. Mesmo quando embriões superovulados são transferidos após congelamento, a taxa de prenhez também sofre aumento. Na verdade, a taxa de prenhez observada após inseminação artificial foi de 24,1%, contra 35,4% para vacas que receberam embrião congelado/descongelado obtido após superovulação.
Peter J. Hansen
Departamento de Ciências Animais
Universidade da Florida, Gainesville Florida.

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