segunda-feira, 13 de abril de 2009
Proporção de nascimentos de machos e fêmeas oriundos de produção in vitro
No sistema de produção de embriões in vitro, tem sido observado um desvio na proporção macho:fêmea gerada, onde a percentagem de embriões do sexo masculino é superior à teoricamente esperada de 50% (Pegoraro, 1997). A transferência dos embriões produzidos in vitro para receptoras implica no nascimento de um maior número de produtos do sexo masculino, o que pode ser considerado um problema nas raças bovinas com aptidão leiteira, onde há um grande interesse econômico na produção de fêmeas, reduzindo a aplicabilidade da técnica de produção in vitro de embriões em bovinos. As causas deste desvio ainda não estão esclarecidas, mas vêm sendo muito estudadas na última década. Tem sido cogitada a participação de alguns fatores, como a velocidade de desenvolvimento dos embriões de acordo com o sexo (Carvalho et al., 1996), as condições de cultivo (Marquant-le-Guienne & Humblot, 1998), a maior sensibilidade dos embriões do sexo feminino à manipulação (Gutiérrez et al., 1993), a expressão de genes ligados ao cromossomo Y (Burgoyne, 1993; Zwingman et al., 1993), assim como o método de preparação dos espermatozóides para a FIV (Hossepiande Lima, 2000). O estudo das causas deste desvio possibilitará a aquisição de conhecimentos necessários para o desenvolvimento de tecnologias alternativas de controle do sexo dos produtos.
Limitações para a aplicação comercial da Produção in vitro de embriões(PIV)
Se deve ao fato de que esta é uma tecnologia de laboratório que pretende imitar as condições fisiológicas e os eventos que acontecem no trato reprodutivo feminino. Para aumentar a eficiência desta técnica são necessárias pesquisas visando otimizar e simplificar a metodologia e as condições de cultivo durante as várias etapas do processo, que incluem a coleta, maturação e fecundação invitro dos ovócitos e o cultivo dos zigotos resultantes por um período de 7 a 8 dias . A simplificação desta metodologia vai resultar na diminuição dos custos da produção in vitro de embriões, facilitando assim uma maior aplicação nos programas comerciais (Colleau & Boichard, 1997). Outras das limitações para a aplicação comercial da PIV de embriões são as grandes distâncias a serem percorridas entre os locais de coleta dos ovócitos e o laboratório de produção. O mesmo ocorre entre o laboratório e os locais onde os embriões serão transferidos. O desenvolvimento de métodos simples e transportáveis de incubação de ovócitos e embriões, que possibilitem o transporte e cultivo simultâneos, permitirá ampliar o raio de ação do laboratório, e com isto fazer sua aplicação mais rentável. O cultivo de embriões em incubadoras simples, portáteis, gaseificadas através de grânulos efervescentes, é um exemplo (Suzuki et al., 1999).
Aspiração folicular
Consiste em uma técnica orientada por ultra-sonografia, em que os oócitos (óvulos imaturos) são retirados diretamente dos ovários das fêmeas e, posteriormente levados ao laboratório para a realização da fertilização in vitro. Essa técnica pode ser aplicada a fêmeas pré-puberes, recém-paridas, inseminadas e até gestantes, ou ainda naquelas com infertilidade adquirida, ou que não respondem mais a superovulação.
Métodos de coleta
O desenvolvimento do método de punção folicular transvaginal (OPU) tem permitido a recuperação de ovócitos de animais vivos, permitindo a produção de embriões de fêmeas de várias idades e diferentes estágios fisiológicos.
Na OPU a obtenção de ovócitos é feita pela punção folicular com uma agulha acoplada a uma sonda transvaginal, de forma que, os folículos a serem puncionados são visualizados na tela do ultra-som. A média de ovócitos viáveis obtidos por coleta in vivo é em torno de oito, entretanto essa média depende da estratégia adotada. Assim é possível puncionar os folículos de uma doadora duas vezes por semana, uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas, sendo que, nas duas últimas alternativas é possível dobrar os resultados mediante a estimulação hormonal.
A Transferência de Embriões (TE) foi a primeira das modernas tecnologias a ser adotada pelos pecuaristas que já dominavam a inseminação artificial. A Fecundação In Vitro, ou FIV, biotécnica que resultou no nascimento dos primeiros zebuínos "de proveta" do mundo, em 1994, no Distrito Federal, também já foi adotada por vários pecuaristas.
Essas técnicas estão à disposição dos pecuaristas a partir de uma rede de laboratórios montados com a orientação e sob a supervisão técnica da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Custos relacionados à transferência de embriões
A estes valores foi acrescentado o custo de duas doses de sêmen por colheita. Neste caso padronizou-se um valor de R$ 50,00 por dose de sêmen. O valor médio total dos gastos com as colheitas foi dividido pelo número médio de estruturas viáveis recuperadas para se obter o valor médio dos embriões utilizados.
O custo médio de manutenção das receptoras levou em consideração vários aspectos. O tempo médio de permanência de cada animal foi calculado da seguinte forma: o início deste período foi o dia da inovulação e o final poderia ter sido retorno ao estro (repetição de cio após inovulação) ou diagnóstico negativo de gestação. Tanto na entrada como na saída os animais foram pesados em balanças eletrônicas para cálculo da variação de peso.
O valor da manutenção mensal foi elaborado considerando os principais custos referentes às receptoras. Além da hospedagem, considerada pelo valor médio regional praticado na Região para arrendamento de propriedades, num valor relativo a unidade animal (cabeças), foram contabilizados outros custos. O valor da mineralização foi obtido pelo valor do kg da mistura mineral utilizada, no caso R$ 0,68/kg, num consumo diário médio de 70g/animal/dia. Isto levou a um consumo mensal de 2,1kg, e um valor mensal relativo a este item de R$1,42/animal/mês